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Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
13/07/2017

Laboratório de Microestrutura e Ecoeficiência (LME)

Laboratório de Microestrutura e Ecoeficiência de Materiais de Construção (LME) do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP, tem por missão o desenvolvimento de soluções que aumentem a ecoeficiência da construção. A equipe é formada por professores, pesquisadores e técnicos, alunos de pós-graduação e de graduação com formações variadas, criando ambiente multidisciplinar para viabilização de projetos de pesquisa científicos que culminem em evolução no estado de conhecimento científico e tecnológico aplicado à cadeia de materiais de construção.

Os professores integrantes do LME veiculados ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil (PPGEC) da Escola Politécnica são: Prof. Vanderley JohnProf. Rafael PileggiProf. Sérgio Ângulo.

Os projetos desenvolvidos no LME incluem-se nas seguintes áreas de conhecimento:

      1. Materiais cimentícios ecoeficientes: A equipe o LME desenvolve um conjunto de tecnologias com vista a aumentar a eficiência no uso dos materiais cimentícios, medida pelo indicador – Índice de Ligantes (IL) definida como consumo de ligante (kg.m-3) para 1MPa de resistência a compressão aos 28 dias, a ser obtida pela substituição dos ligantes por filers, redução do consumo de pasta de cimento pelo empacotamento dos agregados. A tecnologia é uma combinação de dispersão dos finos, com empacotamento das partículas de forma a permitir atingir a mobilidade com baixa demanda de água.
      2. Ecologia industrial da construção: Tem como objetivo investigar os principais impactos ambientais da cadeia de valor da construção em diferentes escalas, identificando oportunidades de melhoria de ecoeficiência e desenvolvendo ferramentas simplificadas para avaliação do ciclo de vida. O LME propõe uma abordagem de ACV simplificada por uma redução de escopo de inventario (CO2, Energia, Agua, Resíduos, Recursos naturais), em sincronia com a ACV tradicional e com tendências internacionais de simplificação como a proposta pelo WBCSD (http://forms.wbcsd.org/portfolio-item/mainstreaming-life-cycle-analysis-for-buildings-and-materials/).
      3. Resíduos como matérias primas: A construção gera resíduos ao longo de toda a sua cadeia produtiva. Um dos problemas fundamentais é que os resíduos tendem a ser mais heterogêneos que determinadas matérias-primas naturais. Isso afeta e reduz o preço dessas matérias-primas secundárias, dificultando a disseminação e escalonamento desse tipo de indú Apesar da variabilidade estar presente em qualquer processo industrial, é na cadeia de reciclagem que o seu controle torna-se importante. Por isso, é geralmente necessário repensar a forma como construímos ou desenvolvemos os produtos de construção, pois os mesmos não foram concebidos para serem desmontados, reutilizados ou reciclados. Esse é um tema relevante de pesquisa que o LME atua, concentrando esforços em melhorar a circularidade e o valor das matérias-primas dentro do que chamamos ciclo fechado de produção industrial. O laboratório ainda utiliza as mais modernas tecnologias para se produzir e formular materiais cimentícios, sempre buscando otimizar o desempenho ambiental, econômico e técnico dos processos de reciclagem e seus produtos.
      4. Durabilidade e vida útil das construções: Uma maneira de diminuir o uso de recursos naturais na construção civil é utilizá-los de forma que o bem produzido tenha a máxima durabilidade, ou seja, sua vida útil seja a maior possível quando avaliada segundo sua obsolescência funcional, tecnológica ou econômica. A previsão da vida útil requer o entendimento dos processos de degradação a nível de ciência de materiais, bem como a quantificação dos fatores de degradação, que incluem aspectos de microclima. O objetivo é desenvolver ferramentas que permitam aplicar a metodologia de previsão de vida útil a sistemas e componentes construtivos tradicionais e inovadores. No momento, existem estudos de durabilidade de concretos com baixo teor de ligantes, fibrocimento, fachadas industrializadas e superfícies frias.

     

Atualmente está em desenvolvimento o edifício CICS (Centro de Inovação em Construção Sustentável) que foi concebido para testar e demonstrar a eficácia de diferentes soluções em condições reais de uso antes que estas sejam introduzidas no mercado. O CICS, quando concluído, irá abrigar o LME e será o primeiro living lab do Brasil permitindo testar novas soluções que têm vindo a ser desenvolvidas pela equipe. Poderá obter mais informações do CICS através do link (http://cics.prp.usp.br/).